
A mesa da paz surge para que as crianças possam recorrer a este espaço, de forma autónoma, sempre que precisarem de resolver um conflito com outra pessoa, “trata-se de fornecer às crianças um espaço que as encoraja a falarem sobre o que sentem e o que pensam, dando-lhes um local específico e um método próprio para alcançarem um acordo em caso de conflito” (Morgado, 2017, p. 19).

A criança que convida o seu colega a ir até à mesa da paz deve ser o primeiro a falar e deverá explicar porque se sente chateado. Uma vez terminado o seu tempo, passa o objeto ao seu colega. Este processo deve decorrer até chegarem a uma solução pacífica acordada entre ambas (negociação). Durante a comunicação, as crianças devem seguir algumas regras básicas para que a mesma seja eficaz: descrever a situação ocorrida e como se sentem; nunca recorrer a palavras ofensivas nem atacar o outro; e não interromper quem está a falar. Estas medidas são essenciais para evitar que a tensão aumente dificultando o processo de resolução e negociação.
A mesa da paz pode ter objetos mediadores que ajudam a desenvolver e a assegurar o respeito pela palavra, na prática, o objeto deve estar na mão de quem tem a palava e por essa razão não deverá ser interrompido. A ampulheta é um exemplo, uma vez que pode ajudar a mediar a resolução do conflito, definindo o tempo que cada um tem para falar antes de passar a palavra. Por outro lado, Morgado (2017) também sugere que a ampulheta marque o tempo de silêncio antes de se iniciar as conversações para que as crianças se possam acalmar individualmente. O sino pode ser um objeto a utilizar para as crianças anunciarem que o conflito foi resolvido. Estes objetos devem ser selecionados com o grupo de crianças para que as mesmas se identifiquem e utilizem os objetos mediadores.
A comunicação é a ferramenta mais importante para a resolução do conflito, visto que é através dela que surge a negociação, troca de ideias e reciprocidade.
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